17 agosto 2012

Se for beber, não swinga.

É fantasia de todo homem fazer sexo com mais de uma mulher. Uma suruba com duas ou mais mulheres é o ápice da realização sexual da maioria dos homens, pelo menos dos que eu conheço. Recentemente um grande amigo me contou de sua experiência com o swing. Aconteceu por acaso, após um happy hour numa casa noturna na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Mas o que era para ser prazeroso ficou apenas no curioso.

Era uma quinta-feira tranqüila. Não havia muita expectativa de “algo a mais”. A reunião seria apenas para beber umas cervejas, conversar e dançar um pouco. Claro, sempre rola paquera, uma azaração aqui, outra troca de olhar ali. Possivelmente um contato para um encontro mais prolongado no final de semana, afinal sexta-feira ainda é dia de trabalho, portanto nada de exageros.

A noite carioca é recheada de muitas brincadeiras e sacanagens. Claro, há muito lazer cultural, intelectual, esportivo... Mas também há muita putaria desenfreada. E parece que nesse dia a noite não seria para isso – pelo menos essa era a ideia. A festa de happy hour começou cedo. As 19h00 já estavam abertas as portas da boate para o acesso ao publico. Trinta reais a noite toda, com bebida liberada até a meia noite. No palco grupo de pagode, Dj e... Mr Catra!

Ilusão das brabas! Como quer beber apenas uma cerveja, de leve, em uma boate com bebida liberada até meia noite e Mr Catra no palco? Utopia gigantesca!

Tudo começou tranqüilo. Uma pequena fila era formada para o acesso às bebidas. As pessoas iam chegando, todas com roupas tipicamente de trabalho. Os homens com calça e camisa social e as mulheres com vestido e terninho, também social. Era, de fato, noite de happy hour.

Após algumas enfrentadas de fila para a bebida, os ânimos já começaram a esquentar. O ritmo era pagode. O que no inicio era um desfile de soberba, já mudara para uma descontração sem vergonha. A mulherada já jogava os braços pra cima sutilmente e em poses e gestos sensuais tagarelavam sem pudor um sonoro “o jeito é dá uma fugidinha com você”. A chapa começou a esquentar quando o Dj entrou com o funk. Ai o bicho começou a pegar!!

O que estava no social já dava cara de uma noite agitada. As pessoas já não ficavam paradas dançando em grupo, mas ficavam andando com olhar de falcão a procura do par. Não eram nem dez horas e a esbórnia corria solta com cerveja rolando a todo instante. Os casais começavam a se formar. No salão já se via um monte de casal se beijando alucinadamente e finalmente meu amigo consegue o seu par.

Beijos e mais beijos. Mais cerveja, mais funk. E agora com vocês: Mr Catra!

Agora a parada começou a ficar séria. Ou melhor, agora é que a putaria começou de vez. A idéia de uma cervejinha de leve já tinha ido pro cacete. Quando esse cara entra parece que vem enviando energias surubais para todos os lados do salão. A mulherada, já alucinada, subia na mesa e descia até o chão. Quando eu olho para o lado meu amigo esta se atracando com seu par e uma amiga dela fazendo sanduíche com os dois. Ele no meio com as duas se esfregando ao som de um “que isso novinha, que isso?!”

Que isso foi o que eu disse quando vi esse meu amigo ser jogado de lado e as mulheres que estavam com ele começando a se beijar. As pessoas ao redor estavam no mesmo clima e nem percebiam o ocorrido. Em uma festa GLS isso pode até ser normal, mas em festa hétero... quer dizer, festa com Catra tudo pode ser normal. Esqueça o que eu disse...

Eu continuei com minha cerveja e já comecei a ficar preocupado com a hora. Eu moro longe do centro e até chegar em casa seria um pouco demorado. Resolvi tomar a saideira e ir embora. Quando estou na fila do caixa para pagar os trinta reais encontro meu amigo com as duas mulheres que estavam com ele. Eu pergunto:

- Já esta indo embora também?

Ele:
- Ae parceiro, essas mulheres me chamaram para ir numa casa de swing com elas. To sem acreditar. To indo agora!!

Eu ria alto com aquela cena, pois ele estava embriagado e muito feliz por aquela situação. Afinal, como eu disse no principio, é o desejo de muitos homens fazer uma sacanagem dessa.

Despedi-me, paguei a conta e fui embora.

Alguns dias depois me encontro com ele e, curioso, pergunto como foi aquela noite. Com a cara de decepcionado, ele me disse que ao chegar no local estava super empolgado. Entrou com as meninas, assistiu aos shows e via as pessoas chegarem. A casa era um pouco salgada, mas mesmo assim quis entrar e não perder a grande oportunidade de sua vida.

Uma das meninas começou a se animar e a pegação ficou intensa. Resolveu ir a uma das salas fora do salão dos shows. Lá começou o terror. Ao entrar no ambiente ele via tudo muito embaçado. Esfregava os olhos para ver se melhorava e nada. Esse foi o ultimo momento de que se recordava, antes de acordar na recepção da casa, deitado numa maca e todo vomitado.

Além de não ter comido ninguém teve que arcar com um prejuízo de duzentos reais, pois as meninas foram embora dizendo que ele pagaria. Não lembrava do nome das meninas, muito menos havia pegado o telefone. Elas já tinham ido embora e tudo foi explicado pela recepcionista do local: ele passou mal de tanta cachaça, vomitou, apagou e foi levado para o local que se encontrava no momento que acordou.

O que começou com uma simples idéia de uma cervejinha, evoluiu para um desejo fantasioso e terminou com um vexame dos grandes. Fica a dica para quem for se arriscar em um happy hour ao som de Mr Catra e bebida liberada: se for beber, não swinga!
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