23 maio 2011

A pedra com sabor de samba

 Dizem que o sal é maléfico. Associado a uma série de problemas, entre eles a hipertensão, o consumo excessivo do sal prejudica muito a saúde. Mas depende de onde ele servirá como tempero.

Eu, particularmente, conheço uma receita antiga, maravilhosa, com o sal. Uma mistura gostosa, saborosa e viciante que, agora, venho saboreando com mais freqüência. Se adicionar sal à pedra sairá um sabor bem brasileiro, bem carioca. Acrescenta aí uma pitada de cultura, banhada a cerveja gelada com gotas de partido alto e poesia. Pronto. O prato é SAMBA. Dos bons, talvez o melhor para muita gente.

Grupo Samba de Lei

Os sambas na Pedra do Sal – no plural, pois segunda e sexta-feira têm samba – estão cada vez melhores. O repertório é o mais seleto que já ouvi. Costumo freqüentar os de sexta-feira, com o grupo Samba de Lei. Chego por volta das 18h30 e já pego uma gelada para iniciar o processo de degustação. O tempo vai passando e fico cada vez mais envolvido com as musicas, com a batucada e com as pessoas que vão chegando, se acomodando e apreciando o sabor do samba tocado com respeito. Uma delicia!

Cabrochas e malandros, executivos e operários, preto e branco. Mais democrático que isso só o valor de consumo: grátis. Apreciar o mais fino sabor do samba sem pagar um tostão para isso. Sensacional! Diferente de muitos por aí.


O prato da moda invadiu a mesa dos mais diversos cardápios de lazer no Rio de Janeiro. Em Botafogo, no morro Dona Marta, existe um samba bem bacana, mas para poucos. Se quiser provar o tempero daquele samba terá que se prevenir contra a hipertensão. Lá não tem sal no nome, mas o valor para o consumo é bem salgado. Trinta reais antecipado! Não obrigado, pode me dar indigestão. Deixa os imigrantes das Micaretas e Rave curtirem este sabor.



Na Pedra do Sal é fácil de chegar, fica próximo ao Largo São Francisco da Prainha, onde tem a roda dos Escravos da Mauá. É só pegar a rua à esquerda do Largo (rua, não o beco), seguir em frente e virar à esquerda. Lá se encontra a Comunidade Remanescentes de Quilombos da Pedra do Sal. Tombado em 1984, pelo INEPAC - Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.


Uma Pedra, temperada com samba e cerveja. O recanto dos sambistas apaixonados pelo bom gosto. O bom paladar de desfrutar e degustar o mais fino do samba da Pedra do Sal. Aliás, o sal não traz só malefícios. Ele é necessário para o equilíbrio dos fluidos corporais e para a transmissão de impulsos nervosos. Portanto deste sal eu vou de prato cheio para saciar a minha fome de samba.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

3 comentários:

  1. Delicioso texto sobre o samba na Pedra do Sal. Definiu bem o clima do lugar.
    Depois que a gente descobre o caminho não perde mais nenhuma roda. O repertório de sexta é um LUXO!
    Vivi Brignes

    ResponderExcluir
  2. Valeu Vivi. O texto saiu naturalmente, como quem esta apaixonado e vira poeta. rsrs... aliás, paixão é o que define meu momento com a Pedra do Sal dia de sexta. ÔOÔÔ coisa boaaaa!!! :)

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pelo texto e pelo bom gosto. Aquele lugar é realmente mágico, e, com certeza, lá existe muita energia positiva. Salve o Samba !!!

    ResponderExcluir

QUEM SOU

Minha foto
Rio de Janeiro, R.J., Brazil
Profissional de comunicação e administração. Músico percussionista. Sambista de alma e religião. Ator de teatro e televisão. Amante da arte. Fã de esportes radicais.