Há momentos em meu cotidiano que me sinto bem, produtivo, eficiente. Mas isso muda constantemente com o passar do tempo. Às vezes quero fugir dessa rotina de escritório, planilhas, prazos, orçamentos, etc... Preciso mudar novamente e isso atrasa um pouco a minha estabilidade. Meu futuro é incerto e assim eu vou vivendo, nesta anedota que já esta deixando de ser, pois quem me conhece, de imediato, identifica isso em mim.
Inquietude é o principal sintoma desse meu autodiagnóstico. Mil coisas rondam a minha cabeça nesse momento. O que irei fazer no final de semana? Estudar, ler um livro, surfar, ir ao samba, ao teatro... Não sei, sinceramente. Isso me incomoda. É angustiante.
Quando eu era mais jovem, acho que nos meus dezesseis ou dezessete anos, havia escrito um texto falando dessa minha vida camaleão. Não lembro bem o que escrevi e muito menos onde guardei o texto, mas o inicio era: “Um dia eu sou assim, outro dia eu sou assado. Um dia eu sou isso, outro dia eu sou aquilo”. Naquela época eu já percebia, mesmo que intuitivamente, esse meu carma.
Recentemente uma amiga me sugeriu para eu investir na minha carreia de ator, pois conseguiria administrar essa metamorfose particular. Sinceramente, creio que também serei volúvel nessa área, assim como já fui. Há três anos atrás eu estava em cartaz com dois espetáculos e como garoto propaganda de uma rede de supermercados do Nordeste. Confesso que, quando a vida artística caiu na rotina, comecei a achar aquilo um saco: chegar ao teatro mais cedo, preparar o figurino, montar os adereços pela coxia, preparar a maquiagem e o pior: reapresentar o espetáculo com todas as marcações e falas repetidas sei lá quantas vezes. Eu precisava entrar em outro projeto, pois aquilo já estava me sufocando!
Criei este Blog para escrever o que penso, o que sinto e o que acho interessante. Estou descobrindo que escrever é uma forma de fugir do script, pois cada letra, palavra, frase, texto é diferente a cada teclada. O problema será quando eu rotinar esta fuga.
